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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 29 de março de 2024
 

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Mensagem: As perdas no Triângulo Manoel Hygino O Triângulo Mineiro, uma das regiões mais dinâmicas e fortes economicamente do Estado, mantém-se na mira dos bandidos que sustentam permanente onda de ataques contra agências bancárias. Consta que o movimento resulta de um projeto de Marcola, fundador do PCC, visando agitar o país e desafiar o poder instituído. Enquanto atentados se repetem por aquele (e outros) territórios, leio no “Jornal da ANE”, enviado pelo escritor Danilo Gomes, que faleceu o poeta Aricy Curvelo, que nasceu naquela bela cidade. Escobar Franelas, autor de artigo, esclarece que o vate partiu depois de algum tempo internado, acometido por uma doença fatal. É notícia triste, em meio ao tiroteio de todas as semanas. Aricy foi um poeta discreto, talvez tímido, mas que jamais falhou em correspondência com as pessoas com as quais contatara sobre letras, aqui e no exterior. Poeta robusto, como classifica Franelas, era também ensaísta, tradutor e um ativo interlocutor da produção poética, correspondente da revista Literária Anto, de Portugal, e integrante do Conselho Editorial da Revista do Escritor Brasileiro. No Sul do país, Nélson Hoffmann, em Roque Gonzales, publicou no belo jornal local, faz pouco tempo, uma longa entrevista de Aricy. As distâncias não isolam os poetas, pois para estes não há distâncias. Em “A poesia mineira do século XX”, Assis Brasil o menciona como devido. O registro está na edição da Imago (Rio de Janeiro, 1998). Nascido em Uberlândia, Triângulo Mineiro, em 7 de maio de 1945, Aricy residia há quase trinta anos na praia de Jacaraípe, em Serra, Espírito Santo, quando nos deixou em 10 de janeiro de 2018, depois de um longo período de internação. Pouca gente, creio que praticamente só os familiares, o sabia. A discrição de Aricy era proporcional à sua generosidade. Há uma grande expectativa de que “Menos que os nomes de tudo”, uma obra que ele vinha burilando há muitos anos, estava pronta e que seria publicada em breve. Sobre o poeta que nos deixou, Fábio Lucas, confrade na Academia Mineira de Letras, crítico literário de nomeada, escreveu: “Aricy Curvelo, com ‘Os dias selvagens te ensinam’, sobrepaira entre os melhores poetas de sua geração”. Fábio, que é de Esmeraldas, não faz favor nenhum ao autor de Uberlândia, descendente dos Garcias d’Ávila, que chegaram ao Brasil com Tomé de Sousa, nosso primeiro governador. Formado em direito pela UFMG, em Belo Horizonte, pertenceu aos quadros da Vale do Rio Doce, servindo em Belém e Santarém, a terra do escritor Nicodemos Sena, que lhe inspirou belas páginas. Depois foi para o Espírito Santo, onde no silêncio encerrou uma carreira digna e elogiada, em Jacaraípe, município de Serra, mas eu não tenho notícia de sua convivência com o mar. É sempre triste a partida de um bom poeta, dos que se trancafiam em algum ligar remoto e se quedam a meditar e produzir. Prisioneiro voluntário, talvez solitário, fugiu da terra como um passarinho. Aos 73 anos.

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