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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 28 de março de 2024

Ação da Policia Civil em Janaúba, Jaíba e Verdelândia, contada por ela mesma: "Entre os investigados estão fazendeiros e um vereador da mesma família, além de vaqueiros que trabalhavam para eles"

Quarta 19/05/21 - 7h09


Divulgação/PCMG:


Nesta terça-feira (18/5), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou em Janaúba, Jaíba e Verdelândia, Norte do estado, a operação Boi de Ouro. As equipes cumpriram 18 mandados de busca e apreensão, e, até o momento, nove pessoas foram presas, sendo sete por mandado de prisão temporária e duas em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e munições. A ação objetiva a investigação de furtos de gado e homicídios ocorridos nas três cidades. Entre os investigados estão fazendeiros e um vereador da mesma família, além de vaqueiros que trabalhavam para eles.
A Polícia Civil iniciou a investigação há cerca seis meses. Os fatos originários da operação começaram com a apuração de dois homicídios ocorridos em Janaúba, nos anos de 2017 e 2019, quando dois vaqueiros, de 30 e 35 anos, foram mortos no município. Apurou-se que a morte dos dois homens foi motivada por “queima de arquivo”, uma vez que as vítimas faziam parte da organização criminosa chefiada pela família, especializada em furtos de gados na região.

Segundo levantado, tão logo manifestaram o desejo em abandonar a associação criada pelos parentes, os vaqueiros foram mortos. “Quando se recusaram a continuar nessa empreitada criminosa, a família, com receio de ser delatada, encomendava os homicídios. Dessa forma, os integrantes poderiam continuar praticando seus crimes sem contratempo”, explica a delegada Bruna Barros, titular da Delegacia em Jaíba.

A PCMG esclarece que o cadáver de uma das possíveis vítimas passa por processo de identificação e se encontra no Setor de Criminalística para exames de perfil genético. A equipe policial também trabalha para localizar o corpo do outro vaqueiro, que se encontra desaparecido, estrategicamente, para dificultar a investigação. “Os envolvidos ocultaram o cadáver, contudo, a investigação para apurar o homicídio avança na delegacia. A equipe do Corpo de Bombeiros Militar está trabalhando nas buscas”, informa a delegada regional em Janaúba, Márcia Meira.

Outro homicídio que envolve a família ocorreu em 2021, no município de Jaíba, tendo como mandantes a família investigada. A motivação foi ensejada por vingança.

De acordo com a delegada Francielle Drumond, um dos irmãos, líder da organização criminosa, foi vítima de homicídio no ano de 2020, quando praticava furto de gado. A morte do ente despertou a fúria da família, que, por retaliação, encomendou a morte do suspeito pelo valor de R$ 20 mil.

Patrimônio

O patrimônio adquirido por meio de crimes e fraudes possibilitou aos investigados uma vida de ostentação, com um acervo milionário. Com as vendas dos produtos de furto, destinados a abastecer o comércio de carne nas cidades da região, o grupo atingiu um enriquecimento fraudatório.

Resultados

Durante a operação, foram apreendidos RS 100 mil em espécie, eletrônicos e joias, além de duas polveiras, duas pistolas 9mm, um revólver calibre 38 e munições. Dos nove suspeitos detidos, sete foram presos em virtude de mandados de prisão temporária, expedidos pela Justiça em Jaíba após representação da PCMG, no âmbito do inquérito policial. Eles foram encaminhados ao sistema prisional. Quanto aos dois autuados em flagrante, conforme previsão legal, foi arbitrada fiança e eles efetuaram o pagamento.

Boi de Ouro

A operação foi batizada como Boi de Ouro, pois refere-se ao apelido de uma das lideranças da organização. Pelo calendário chinês, 2021 é o ano do boi. Este ano começou no dia 21 de janeiro, aniversário de morte de um dos líderes do grupo criminoso.

Participaram da ação de hoje 105 policiais civis lotados em delegacias ligadas à Regional em Janaúba, assim como em Montes Claros. Os trabalhos contaram ainda com o auxílio do Canil do Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar em Belo Horizonte, do 4º Comando Operacional de Bombeiros Militar em Montes Claro, além do apoio da equipe da Coordenação Aerotática (CAT) da Polícia Civil, que disponibilizou um helicóptero. Também foram empenhados quatro drones e 29 viaturas policiais.

O aporte logístico para a deflagração da operação foi intermediado pelo 11º Departamento em Montes Claros. “Parabenizo a equipe pela expertise investigativa que culminou com a prisão dos suspeitos”, destaca o chefe do Departamento, Jurandir Rodrigues, que se deslocou para Janaúba, de onde acompanha todos os desdobramentos da ação policial.

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